
Tecnologia mal implantada vira obstáculo, não solução
24/07/2025
A lógica da manutenção: por que cuidar do que já existe é tão estratégico quanto inovar
29/07/2025A tecnologia que mudará o jogo da relação médico-paciente na medicina acaba de ser lançada no Brasil.
O mundo acelerou. A inteligência artificial evoluiu. Mas apenas algumas empresas, como a OM30, entenderam: o futuro é mais humano do que se imagina. A tecnologia é a oportunidade que nos liberta de tudo aquilo que uma mera máquina pode fazer, dando lugar ao mais caloroso dos atos humanos. Pensando nisso, e no esforço constante de inovação, a OM30 lançou a primeira IA do Brasil que transcreve prontuários médicos na saúde pública.
Entre um clique e outro, perdemos o olho no olho. Seja à mão, seja digitando, todo médico tem que se dividir entre anotar o que o paciente diz no prontuário e escutá-lo com um olhar atento. Diferente de países como Estados Unidos, Canadá e Suécia, no Brasil, sempre foi assim… Até agora.
OM30 estima crescimento de 50% em projetos voltados à saúde pública até o final de 2026 e otimização de 30 a 40% no tempo gasto com o preenchimento de prontuários
A nova ferramenta, capaz de transcrever automaticamente os prontuários médicos durante as consultas, foi integrada ao seu sistema de saúde municipal, o Saúde Simples. Agora, os médicos podem realizar o registro clínico por comando de voz, enquanto mantêm o foco total no paciente.
Com contexto clínico, a IA filtra qualquer assunto fora do escopo médico e transcreve o atendimento de forma organizada, com segurança de dados e no padrão que o médico precisa, descartando diálogos informais. Os dados são processados em tempo real e inseridos automaticamente nos campos adequados do prontuário eletrônico. Após a consulta, cabe ao profissional apenas revisar e validar as informações. A palavra final é, e continuará sendo, do profissional médico.
A tecnologia já está sendo implementada em alguns municípios do Estado de São Paulo, com conclusão prevista para ainda este mês.
A realidade do Brasil até aqui
Segundo o TCU, em relatório de 2021, cerca de 30% das consultas no SUS não têm registro clínico completo. Um estudo publicado na Revista de Saúde Pública revelou que o preenchimento adequado do prontuário reduz erros diagnósticos em até 25%. Além disso, a OMS estima que 50% dos erros médicos são evitáveis — e muitos estão ligados a falhas de comunicação ou documentação.
Uma inovação. Inúmeros benefícios:
Até 40% de tempo livre na consulta; prontuários mais padronizados; redução do desgaste mental e do multitasking, e a tranquilidade de realizar uma consulta mais humanizada. Esses são alguns dos principais benefícios para o médico. Mas a lista é grande. Em termos de gestão e impactos para o sistema público, a ferramenta melhora indicadores de produtividade sem comprometer a qualidade, aumenta a rastreabilidade clínica e facilita ações de vigilância epidemiológica, assim como garante menos retrabalho e judicialização por erros de preenchimento.
“A iniciativa, inédita no Sistema Único de Saúde (SUS), busca melhorar a experiência do indivíduo e devolver ao médico a oportunidade de realizar uma consulta humanizada, com atenção plena ao paciente. A tecnologia, já utilizada na saúde privada, agora chega ao setor público por meio de uma solução que a OM30 pretende oferecer gratuitamente aos usuários do Saúde Simples”, comenta Cesar Hebling, Diretor de Inovação, Produtos e Marketing da OM30.
A ferramenta já está integrada aos sistemas do Ministério da Saúde, o que permite que as informações transcritas sejam registradas automaticamente nos prontuários eletrônicos, otimizando os fluxos já existentes nas unidades públicas.
A OM30 também avalia a expansão da tecnologia para outras esferas governamentais, alinhada à sua visão de longo prazo de utilizar a inteligência artificial para aprimorar a gestão de dados em políticas públicas, antecipando demandas do setor público com soluções tecnológicas inovadoras.
O Brasil frente ao mundo
Nos Estados Unidos, mais de 96% dos hospitais e 86% dos consultórios médicos já usam sistemas de Prontuário Eletrônico do Paciente, segundo dados da HealthIT Gov, de 2023. Já um estudo do Journal of Medical Internet Research, de 2022, mostra que a transcrição automatizada reduziu em 76% o tempo gasto com documentação, e teve impactos diretos como 88% de melhora na satisfação dos médicos, 70% de aumento na produtividade clínica e 54% menos burnout.
No Canadá, o uso de IA para transcrição clínica em unidades públicas gerou um aumento de 20% na satisfação do paciente e uma queda de 15% nas reinternações evitáveis. A Mayo Clinic já usa sistemas semelhantes — inclusive com algoritmos que identificam automaticamente sinais de alerta em prontuários transcritos. O termo “clerk burnout” (esgotamento por digitação) já é estudado na medicina, principalmente na atenção primária, mostrando que mais de 50% dos médicos dizem que passam mais tempo preenchendo prontuário do que conversando com o paciente.
Um pequeno passo para a tecnologia. Um enorme salto para o sistema público
Agora, ao usar a inteligência artificial, o médico tem espaço para cuidar, ainda mais, do ser humano. Numa era de distrações no uso da tecnologia, a OM30 usa inteligência artificial para focar no essencial. Para fazer com que “cuidar” seja sempre o verbo principal. Para fazer com que a tecnologia sirva aos que estão na linha de frente da esfera pública, a fim de que eles sirvam ainda melhor a nós, cidadãos.





